Tinha patrão, hoje tenho cliente’: as diferenças de ser doméstica no Brasil e nos EUA

Correio do Pantanal

16 jul 2021 às 06:23 hs
Tinha patrão, hoje tenho cliente’: as diferenças de ser doméstica no Brasil e nos EUA
  • Thais Carrança
  • Da BBC News Brasil em São Paulo

Há 1 hora

Empregada doméstica
Legenda da foto,Brasil é o segundo maior empregador doméstico do mundo, atrás da China, e o maior das Américas

“Patrão vem como uma autoridade, como ‘você faz aquilo que eu estou falando’, não é como uma igualdade. Eu senti isso na pele e minha mãe também sentiu isso muito forte. Cliente é diferente. O cliente te respeita, te olha nos olhos, te valoriza, reconhece o seu esforço e o seu trabalho. E ele te paga por isso e paga bem.”

Para Paula Costa, de 53 anos e faxineira em Boston há mais de 20, a diferença entre ter “patrões” e ter “clientes” é um dos pontos fundamentais que distinguem a experiência de ser uma trabalhadora doméstica no Brasil e nos Estados Unidos.

Ela conhece essa diferença na própria trajetória. Filha de doméstica, começou na profissão aos 9 anos, sem receber nada por isso, como uma dessas meninas que são “pegas para criar” por famílias mais ricas, ganhando moradia em troca de trabalho, que conciliava com a escola.

Nos Estados Unidos, começou como ajudante de faxineira e atualmente tem seu próprio negócio, sendo ela agora quem às vezes contrata ajudantes para dar conta do serviço.

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