/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2018/S/c/A0sNv8TwKVg392FfOYag/tim-cook-evento-europa.jpg)
O presidente da Apple, Tim Cook, criticou duramente nesta quarta-feira (24) empresas de tecnologia que tiram vantagem dos dados de usuários. Falando em conferência na Europa sobre proteção de dados, ele afirmou que deveríamos estar muito desconfortáveis com “essa pilha de dados pessoais que servem para enriquecer as companhias que os coletam”.
Em apresentação na 40ª Conferência Internacional de Proteção de Dados e Comissários da Privacidade (ICDPPC, na sigla em inglês), que acontece em Bruxelas na Bélgica, o executivo denunciou o que chamou de “complexo industrial de dados”, mas sem nomear especificamente as empresas envolvidas — incluindo algumas que também participam do mesmo evento, e usam dados pessoais para segmentar publicidade, como Google e Facebook.
“Nossa própria informação, do dia-a-dia à profundamente pessoal, está sendo usada contra nós como uma arma de eficiência militar”, avisou Cook, acrescentando que esses dados, inofensivos sozinhos, estão sendo cuidadosamente angariados, sintetizados, trocados e vendidos.
Cook chegou a afirmar que “não podemos relevar as consequências. Isto é vigilância”.
Defendendo a Apple, empresa que, segundo ele, coloca valores humanos no centro do desenvolvimento de seus produtos, o executivo criticou duramente outras empresas de tecnologia. “Levado ao extremo, este processo cria um perfil digital duradouro e permite que as empresas conheçam você melhor do que você mesmo.”
Cook também se mostrou favorável às novas legislações de proteção de dados, como o GDPR, que entrou em vigor na Europa em maio deste ano. Ele, inclusive, mencionou o Brasil em sua fala, que em agosto teve sancionada a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), bastante inspirada no GDPR.
“Nós deveríamos celebrar o trabalho transformador que as instituições europeias com a implementação bem sucedida do GDPR. Também precisamos celebrar os passos tomados ao redor do mundo, em Singapura, no Japão, Brasil e Nova Zelândia”, afirmou.