Suspeitos de forjar sequestro de avião em Paranaíba, piloto e vigia são liberados após prisão temporária

Correio do Pantanal

8 jul 2019 às 05:20 hs
Suspeitos de forjar sequestro de avião em Paranaíba, piloto e vigia são liberados após prisão temporária

Por G1 MS — Campo Grande

O piloto Edmur Guimara Bernardes de 78 anos que alegou ter sido sequestrado junto com um avião em Paranaíba no dia 18 de junho, e Idelvan Oliveira, de 53, vigia do hangar que disse ter ficado amarrado em um banheiro enquanto a decolagem acontecia, foram liberados na madrugada deste domingo (7) após o final do prazo de prisão temporária, que já havia sido prorrogado.

Avião que foi roubado de aeroporto em MS  — Foto: Site Portal Destak Agora/Igor LopesAvião que foi roubado de aeroporto em MS  — Foto: Site Portal Destak Agora/Igor Lopes

Avião que foi roubado de aeroporto em MS — Foto: Site Portal Destak Agora/Igor Lopes

De acordo com a delegada responsável pelo caso, Ana Cláudia Medina, decorrido o prazo de 5 dias da prisão temporária, no dia 1° de julho foi solicitada a prorrogação para que fossem investigadas inconsistências do caso. A polícia trabalha com a hipótese de que Edmur e Idelvan tenham forjado o sequestro para que o piloto fosse ao Paraguai a fim de transportar lideranças de uma facção criminosa até a Bolívia:

“O piloto levou uma tarde inteira para fazer um retrato falado de duas pessoas que teriam ido no avião e deu os detalhes todos falsos, depois descobrimos que ele comentou que teria mentido o tempo todo. O vigia disse ter ficado amarrado em uma sala com um fio de mouse sendo que nem computador existe no local. Ele disse ter encontrado a chave desse cômodo, mas a porta não tranca por fora”, explica. Ela agora aguarda a perícia nos telefones de ambos.

Polícia durante operação em hangar em Paranaíba (MS) — Foto: Polícia Civil/Divulgação Polícia durante operação em hangar em Paranaíba (MS) — Foto: Polícia Civil/Divulgação

Polícia durante operação em hangar em Paranaíba (MS) — Foto: Polícia Civil/Divulgação

O advogado de defesa da dupla, José Roberto Rosa, afirmou ao G1 que não havia necessidade de ficarem mais tempo detidos: “Contando com o período da prorrogação, a polícia teve tempo suficiente para verificar as inconsistências alegadas. O piloto é um senhor de 78 anos e não há informações sobre quanto teria recebido para supostamente forjar o sequestro ou de quem seria esse contato dele na facão criminosa. A prisão temporária estava bem embasada mas a juíza do caso entendeu o que a defesa alegou, de que não havia elementos para uma prisão preventiva”.

Segundo Rosa, a decisão da juíza determinando a soltura assim que findasse o prazo da prisão saiu neste sábado (6) em torno de 19h. Ele avisou a esposa de Idelvan que veio de Paranaíba para buscá-lo e retornou à cidade. Edmur, por não ter familiares no estado, permanece em Campo Grande aguardando a chegada de um filho do interior de São Paulo que deveria vir buscá-lo neste domingo. “Os próximos trâmites devem ser por carta precatória”, relata o advogado.

Entenda o caso

No dia 18 de junho o vigia Idelvan registrou um boletim de ocorrência em Paranaíba relatando de ter sido abordado por dois homens comunicando que um avião seria levado do aeroporto de Paranaíbae que o piloto, Edmur, estava sendo rendido em casa para pilotá-lo. O avião modelo Cessna 182 Skylane, que estava no hangar do qual Edmur é sócio segundo o advogado Rosa, pertence a um empresário. A aeronave decolou no início da manhã sem informações sobre o destino.

ATENÇÃO: Comente com responsabilidade, os comentários não representam a opnião do Jornal Correio do Pantanal. Comentários ofensivos e que não tenham relação com a notícia, poderão ser retirados sem prévia notificação.