Setor de serviços avança 1,2% e tem melhor agosto desde 2011, aponta IBGE

Correio do Pantanal

16 out 2018 às 11:39 hs
Setor de serviços avança 1,2% e tem melhor agosto desde 2011, aponta IBGE

Por Daniel Silveira e Darlan Alvarenga, G1 — Rio de Janeiro e São Paulo


Após quatro meses, setor de serviços supera efeitos da greve dos caminhoneiros, diz IBGE
Após quatro meses, setor de serviços supera efeitos da greve dos caminhoneiros, diz IBGE

O volume de serviços prestados no Brasil cresceu 1,2% em agosto na comparação com o julho, segundo pesquisa de desempenho do setor divulgada nesta terça-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Setor de serviços avança 1,2% em agosto. E eu com isso?

Trata-se do melhor resultado para o mês nesta base de comparação desde 2011, quando tem inicio a série histórica do levantamento.

Na comparação com o mesmo mês do ano passado, houve alta de 1,6%, a terceira taxa positiva do ano nesse tipo de confronto.

No acumulado no ano, o setor permanece no vermelho, com queda de 0,5%. No acumulado em 12 meses, foi mantida a trajetória de recuperação gradual, ao passar para uma queda de 0,6%, a taxa negativa menos intensa desde junho de 2015 (-0,2%).

O resultado de julho foi revisado de uma queda de 2,2% para um recuo de 2%.

“Depois de um longo período, o setor de serviços começa a mostrar uma série de resultados positivos em função da base de comparação deprimida que nós temos”, disse o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.

Segundo pesquisador, porém, o resultado de agosto não pode ser considerado o início de uma arrancada.

“Precisou de quatro meses para que o setor de serviços superasse o patamar acumulado de janeiro a abril”, destacou. “A gente está apenas 0,6% acima do patamar pré-greve. Além disso, os indicadores antecedentes apontam para algum tipo de recuo desse 1,2% em setembro”, acrescentou.

Com o resultado de agosto, o setor de serviços ficou 11,5% abaixo do ponto mais alto da série histórica, registrado em novembro de 2014. O ponto mais baixo foi atingido em maio deste ano, em decorrência da greve dos caminhoneiros, ficando 14,9% distante do pico.

Setor de serviços em recuperação
V

Desempenho por setores

O principal impacto positivo no mês partiu do segmento de transportes, que cresceu 3,2% e recuperou parte da perda de 3,9% de julho. Segundo Lobo, o que explica esse crescimento dos transportes é a queda do preço das passagens aéreas neste mês de agosto.

Os demais resultados positivos vieram dos serviços profissionais, administrativos e complementares e outros serviços. Por outro lado, houve queda no volume dos serviços de informação e comunicação e nos prestados às famílias.

Resultados por atividades:

  • Transportes, armazenagem e correio: 3,2%
  • Serviços de informação e comunicação: -0,6%
  • Serviços profissionais e administrativos: 2,2%
  • Outros serviços: 1%
  • Serviços prestados às famílias: -0,8%

No acumulado no ano, 56,6% dos 166 tipos de serviços acompanhados pela pesquisa seguem no vermelho. Entre as atividades, os serviços de informação e comunicação (-1,7%) e os profissionais, administrativos e complementares (-2,0%) exerceram as principais pressões negativas. O outro setor que também recuou foi o de serviços prestados às famílias (-0,9%). Por outro lado, os segmentos de transportes e de outros serviços registraram avanço de 1,3% e 2,3%, respectivamente.

A receita nominal do setor, por sua vez, avançou 1,1% em agosto, frente ao mês imediatamente anterior, após o ajuste sazonal. Em relação ao mesmo mês de 2017, a receita teve alta de 4,8% e segue positiva no acumulado do ano (2,2%) e nos últimos 12 meses (2,8%).

Recuperação lenta

Com o desemprego ainda elevado e confiança dos empresários e consumidores ainda baixa, a economia brasileira tem mostrado um ritmo de recuperação mais lento que inicialmente esperado para 2018.

Indústria, comércio e serviços apresentaram comportamentos distintos em agosto. A produção industrial caiu 0,3% em agosto e teve a 2ª queda mensal seguida. Já as vendas do comércio cresceram 1,3% em agosto, após 3 quedas seguidas.

Após divulgação de alta de apenas 0,2% no PIB no 2º trimestre, analistas do mercado passaram a projetar um crescimento mais próximo a 1% em 2018. Segundo a última pesquisa Focus do Banco Central, a expectativa do mercado é que a economia cresça 1,34% em 2018, menos da metade do que era esperado do começo do ano.

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