Nobel de Física vai para Arthur Ashkin, Gérard Mourou e Donna Strickland por pesquisas com laser

Correio do Pantanal

2 out 2018 às 10:52 hs
Nobel de Física vai para Arthur Ashkin, Gérard Mourou e Donna Strickland por pesquisas com laser

Por Lara Pinheiro, G1


Nobel de Física será dividido entre três pesquisadores por invenções com uso do laser
Nobel de Física será dividido entre três pesquisadores por invenções com uso do laser

Arthur Ashkin, Gérard Mourou e Donna Strickland são os ganhadores do prêmio Nobel de Física deste ano. A Academia Sueca anunciou nesta terça-feira (02) que os três dividirão o prêmio de 9 milhões de coroas suecas, equivalente a R$ 4.098.402.

O americano Arthur Ashkin, 96, foi premiado com metade do valor por sua pesquisa em pinças ópticas e a aplicação delas em sistemas biológicos. O francês Gérard Mourou, 74, e a canadense Donna Strickland dividirão os outros R$ 2 milhões. Eles ganharam por seu método de gerar pulsos de laser supercurtos de alta intensidade, utilizados em cirurgias para os olhos. Donna Strickland é apenas a terceira mulher a vencer o prêmio desde 1903, e a primeira desde 1963.

“Obviamente precisamos celebrar as mulheres, porque elas existem, e espero que esse número aumente com uma velocidade maior. Estou honrada em ser uma dessas mulheres”, disse Strickland em conferência após o anúncio. Ela ainda era estudante de doutorado quando fez a descoberta, orientada por Mourou.

Gérard Mourou, um dos vencedores do Nobel de Física de 2018, em foto de arquivo  — Foto: Jeremy Barande/Ecole Polytechnique via AP
Gérard Mourou, um dos vencedores do Nobel de Física de 2018, em foto de arquivo — Foto: Jeremy Barande/Ecole Polytechnique via AP

Ashkin inventou pinças ópticas que conseguem agarrar partículas, átomos, vírus e outras células vivas com dedos de raios laser. Ele conseguiu que luzes de laser empurrassem pequenas partículas para o centro do feixo e as segurassem ali. Em 1987, o americano conseguiu capturar bactérias vivas sem danificá-las. As pinças ópticas agora são utilizadas para investigar a “maquinaria da vida”, de acordo com a Academia sueca.

“Utilizando raios de luz, Ashkin mostrou que era possível manipular a célula como se fosse uma pinça. É difícil desenvolver uma pinça mecânica, tão pequena, capaz de pegar uma célula só, mas você consegue desenvolver uma com feixes de luz. E sem destruir a célula, que é o mais importante”, explica Vanderlei Bagnato, pesquisador em óptica e diretor do Instituto de Física de São Carlos, vinculado à USP.

Já Mourou e Strickland desenvolveram “os pulsos de laser mais curtos e intensos já criados pela humanidade”, segundo a Academia. A técnica inventada por eles, a amplificação de pulsos (CPA, em inglês), tornou-se o padrão para raios laser de alta intensidade, servindo para cirurgias nos olhos.

Mulheres

Donna Strickland — Foto: Reprodução - Universidade de Waterloo

Donna Strickland — Foto: Reprodução – Universidade de Waterloo

Ao ser questionada sobre a quantidade de mulheres nomeadas (as nomeações para o Nobel são mantidas secretas por 50 anos), Olga Botner, membro do comitê, afirmou que “a porcentagem reflete o número de mulheres na ciência há 20 ou 30 anos. O número vem aumentando constantemente ao longo dos anos”.

A Fundação Nobel anunciou na segunda-feira os vencedores em Medicina, premiados por uma pesquisa de imunoterapia contra o câncer. O comitê irá anunciar os vencedores em Química nesta quarta-feira (03). Os ganhadores na categoria Paz e Economia serão conhecidos na sexta (05) e segunda-feira (11), respectivamente. O prêmio em Literatura foi adiado para 2019.

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