Manifestantes voltaram às ruas, agora para protestar contra a proibição de máscaras nos atos políticos.
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Estação de metrô vandalizada após manifestação em Hong Kong, em 5 de outubro de 2019 — Foto: Susana Vera/Reuters
Hong Kong acordou semiparalisada neste sábado (5), sem serviço de metrô e com dezenas de lojas fechadas, após uma noite de intensos protestos e confrontos entre manifestantes pró-democracia e a polícia.
A violência das ações populares foi condenada pela chefe executiva, Carrie Lam, que disse que a população está assustada.

Manifestantes desafiam a proibição de máscaras em Hong Kong
“As ações brutais dos manifestantes fizeram Hong Kong viver uma noite escura e acordar semiparalisada neste sábado (5)”, disse Lam em uma mensagem de vídeo.
“Todo mundo está preocupado e até assustado”, acrescentou Lam.
Atos com máscaras
Essas novas manifestações são a resposta da população à proibição do uso de máscaras decretadas na sexta-feira (4) pelo governo, com base em uma lei antiga, que data de 1922 e não era usada há 50 anos.
Neste sábado (5), centenas de manifestantes voltaram novamente nas ruas de Hong Kong, com o rosto coberto e mais uma vez contestando a proibição do governo.
Após o ataqie a dezenas de estações de metrô, a operadora pública MTR anunciou que o tráfego estava suspenso em toda a rede, que transporta quatro milhões de passageiros diariamente.
Alguns shopping centers e supermercados permaneceram fechados, assim como muitos bancos chineses cujas fachadas foram cobertas com pichações.
Nas últimas horas, um policial atirou quando seu veículo foi cercado pela multidão e um coquetel molotov explodiu nas proximidades, disseram testemunhas.
A polícia argumentou que o agente agiu em legítima defesa.
Um adolescente de 14 anos também ficou ferido a bala, informou o South China Morning Post citando fontes médicas.
Primeiro passo
Hosun Lee, que se manifestou no distrito comercial de Causeway Bay, afirmou que protestou contra a proibição do uso de máscaras porque isso “é apenas um primeiro passo para o fim”, se referindo à teórica autonomia garantida em Hong Kong sob o princípio de “Um país, dois sistemas”.
Em alguns bairros, as pessoas estavam na fila para fazer estoques de alimentos em antecipação a futuros confrontos.
A polícia enviou mensagens pedindo à população que evitasse sair às ruas em previsão de protestos nos próximos três dias, já que segunda-feira é feriado em Hong Kong.
Enquanto muitos moradores dizem estar chocados com os atos de vandalismo, incomuns nesta mega-cidade geralmente tranquila, muitos manifestantes pró-democracia declararam simpatia por aqueles que recorrem à violência.
“O governo não está nos ouvindo, por isso estamos fortalecendo nossos protestos”, declarou, por sua vez, Nathalie, uma manifestante de 32 anos.
O ato também teve uma grande marcha em que as pessoas se deram as mãos, e, em um shopping-center, um manifesto que pede mais democracia foi lido.
Preocupação da ONU
A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michele Bachelet, se disse “preocupada com os altos níveis de violência em algumas manifestações”.
“Eu condeno a violência seja do lado que for… O direito à reunião pacífica deve ser respeitado sem restrições, mas, por outro lado, não podemos aceitar que haja pessoas mascaradas gerando violência”, disse ela a repórteres da Malásia.
A região britânica e agora se mi-autônoma está passando pela pior crise política desde junho, quando foi devolvida à China em 1997.
Em 9 de junho, mais de um milhão de pessoas, segundo os organizadores, foram às ruas de Hong Kong para protestar contra um projeto de lei do governo local que autorizaria as extradições à China continental.
O executivo de Hong Kong voltou atrás em sua decisão, mas os manifestantes prosseguiram com os protestos, que se tornaram cada vez mais violentos.
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