Responsável pelo raro flagrante, Cristiano Godinho conta que harpia acabou se assuntando e ao voar, deixou o macaco-prego cair em uma propriedade de ecoturismo, em Bodoquena.
Por Flávio Dias, G1MS — Campo Grande
24/01/2021 15h48 Atualizado há 5 horas
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2021/G/z/MNxDjeSuuLCkYXwWialg/whatsapp-image-2021-01-24-at-13.14.09.jpeg)
Maior águia das Américas é flagrada carregando macaco prego, em Bodoquena (MS). — Foto: Cristiano Godinho/Foto
A maior águia das Américas, um gavião-real – também conhecido como harpia – foi flagrado carregando um macaco em uma propriedade de ecoturismo, em Bodoquena, a 265 km que Campo Grande.
O registro feito na última sexta-feira (22) pelo gerente da Fazenda Boca da Onça, Cristiano Godinho, mostra a ave com um macaco-prego já morto.
“Na hora que cheguei com a câmera, consegui esse flagrante sensacional. Ela voou com o macaco mais acabou deixando-o cair”, explicou ao G1.
Segundo o biólogo Fernando Carvalho e professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), a harpia é considerada a maior águia das Américas. Apesar de não ser a maior das aves predadoras do planeta, é uma das mais forte. Conforme Carvalho, esta harpia possui bico potente e suas garras são maiores que as do urso pardo norte-americano, suas pernas têm a espessura de um punho de um homem adulto.
Ainda de acordo com o biólogo, essa espécie tem um crescimento populacional muito lento, os filhotes dependem dos pais durante quase um ano. A destruição de grandes áreas florestais, com perda substancial de hábitat, e à caça indiscriminada são as principais ameaças à espécie, o torna a espécie ameaçada de extinção no Brasil, na categoria vulnerável.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2021/B/O/MwfjuBRDiOpn8Mor5bWg/whatsapp-image-2021-01-24-at-13.14.08.jpeg)
Maior águia das Américas, um gavião-real após deixar macaco-prego cair, em Bodoquena (MS). — Foto: Cristiano Godinho/Foto
Cristiano conta que estava em casa por volta das 11 horas (horário de MS) quando um guia de turismo o procurou informando-o sobre a harpia. Com a câmera, fez mais de 100 fotos do raro flagrante.
“Logo depois que ela deixou a caça. Ela [águia] ficou em uma árvore esperando a gente sair. Eu cheguei a me esconder para que ela voltasse para pegar o macaco, mas nesse intervalo de tempo, a própria harpia foi atacada por cerca de 10 pássaros-preto que são territorialista e encrenqueiros, provavelmente parte deles tinham ninhos ali por perto. Nesse momento a harpia acabou indo embora”, relembra.
Segundo Godinho, antes da harpia voar, ele presenciou a ave arrancando os pelos do macaco no chão: “Quando me viu, ela se assustou e levantou voo com a presa, mas infelizmente a deixou cair. Eu fiquei uma hora no local até o desfecho dessa história, que foi um presente da natureza”, e ainda acrescentou:
“Não tem nem como descrever esse momento. Foi simplesmente sensacional”, conta.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2021/J/e/I9wgedQSipxqY8WBvNIw/whatsapp-image-2021-01-24-at-13.14.09-1-.jpeg)
Gavião-rei ficou quase uma 1 hora esperando pássaros-preto deixar presa que ela consquistou. — Foto: Cristiano Godinho/Fotohttps://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-37/html/container.html
Ainda de acordo com o gerente, no ano passado, ele acredita que a mesma harpia foi flagrada por outros funcionários pegando um quati e carregando. Nesse flagrante, que não foi registrado por câmera fotográfica, a ave teve sucesso com a presa.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2021/F/5/dIfIOeTrmwAyRFtT0lSw/whatsapp-image-2021-01-24-at-13.45.56.jpeg)
Parte dos pelos do macaco-prego que foram retirados pela maior águia das Américas, em Bodoquena (MS). — Foto: Cristiano Godinho/Foto
Harpia e a busca por ninhos
A harpia possui longo tempo de vida e baixa taxa reprodutiva. O tempo geracional da espécie é estimado em 18,5 anos. Segundo especialistas, o ninho do gavião-real é considerado grande e, geralmente, é encontrado em árvores altas.
A espécie não se reproduz todos os anos, pois necessita de mais de um ano para completar o período reprodutivo. Costuma pôr dois ovos, mas é comum desenvolver apenas um filhote.
ATENÇÃO: Comente com responsabilidade, os comentários não representam a opnião do Jornal Correio do Pantanal. Comentários ofensivos e que não tenham relação com a notícia, poderão ser retirados sem prévia notificação.