
JN/AgênciasHoje às 09:45
A operadora da central nuclear de Fukushima, no nordeste do Japão, anunciou, esta quarta-feira, que planeia despejar no oceano mais de um milhão de toneladas de água armazenada através de de um túnel submerso.
A Tokyo Electric Power Co (TEPCO) vai começar a construir o túnel em março de 2022, após realizar estudos de viabilidade e obter a aprovação das autoridades. O túnel terá um diâmetro de cerca de 2,5 metros e estender-se-á a leste, no Pacífico, a partir dos tanques da planta que contém cerca de 1,27 milhões de toneladas de água tratada. Isso inclui a água usada para arrefecer a planta, que foi danificada depois de entrar em colapso após um enorme tsunami de 2011, bem como a chuva e as águas subterrâneas que escapam diariamente.
Os planos para o túnel de um quilómetro foram anunciados depois de o governo japonês ter decidido, em abril, libertar a água acumulada em dois anos.PROTESTOS NA COREIA DO SUL CONTRA DESCARGA DE ÁGUAS DE FUKUSHIMAVER MAIS
Os governantes japoneses dizem que a libertação é segura porque a água terá sido processada para remover quase todos os elementos radioativos e será diluída. No entanto, a decisão de abril provocou uma reação furiosa dos países vizinhos e uma oposição feroz das comunidades pesqueiras locais.
Um extenso sistema de bombeamento e filtragem extrai toneladas de água recém-contaminada todos os dias e filtra a maioria dos elementos radioativos. Contudo, as comunidades pesqueiras temem que a libertação de água prejudique anos de trabalho para restaurar a confiança nos alimentos do mar.
O diretor de descomissionamento da central, Akira Ono, disse que libertar a água através de um túnel ajudaria a evitar que voltasse para a costa. “Explicaremos detalhadamente as nossas políticas de segurança e as medidas que estamos a tomar contra danos à reputação, para que possamos dissipar as preocupações das pessoas envolvidas na pesca” e outras indústrias, disse Ono.
Em comunicado, a TEPCO disse que estava pronta para pagar uma indemnização por danos à reputação relacionados com a libertação e que aceitaria inspeções da Agência Internacional de Energia Atómica sobre a segurança do despejo.
O primeiro-ministro Yoshihide Suga considerou o despejo da água uma “tarefa inevitável” no processo de décadas de desativação da central nuclear.
O debate sobre como lidar com a água arrasta-se há anos à medida que o espaço para armazená-la no local se esgota. O processo de filtração remove a maioria dos elementos radioativos da água, mas alguns permanecem, incluindo o trítio. Especialistas afirmam que o elemento só é prejudicial aos seres humanos em grandes doses e com a diluição, a água tratada não apresenta nenhum risco cientificamente detectável.
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