Chidiebere Ibe se dedica a ilustrações médicas feitas com pele negra para combater falta de diversidade nos livros acadêmicos.
Por g1
14/12/2021 15h33 Atualizado há 23 minutos
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Ilustração médica do nigeriano Chidiebere Ibe mostra feto de pele negra dentro da mãe, também negra. — Foto: Reprodução/Chidiebere Ibehttps://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
Há algumas semanas, uma ilustração médica de um feto dentro de uma mulher viralizou nas redes sociais. O motivo: ambos tinham a pele negra. Muitos usuários nas redes relatavam que nunca tinham visto um desenho em que a pele das pessoas retratadas não fosse branca.
E mais: alguns diziam que nunca haviam reparado nisso.
O autor dos desenhos é o nigeriano Chidiebere Ibe, de 25 anos, que começou a fazer as ilustrações justamente para combater a falta de diversidade nos livros acadêmicos de medicina – que mostram, na maioria ou totalidade das vezes, peles brancas.
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O autor dos desenhos é o nigeriano Chidiebere Ibe, de 25 anos. — Foto: Arquivo pessoal/Chidiebere Ibe
O fato de a maior parte das ilustrações médicas serem feitas em peles brancas não é mero detalhe: algumas doenças de pele, por exemplo, têm aparência diferente se estão em pele clara ou escura, explica o próprio Ibe em entrevista ao g1.
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Ilustração médica do nigeriano Chidiebere Ibe mostra vitiligo em pele negra. — Foto: Reprodução/Chidiebere Ibe
“Isso também dá a todos acesso a cuidados de saúde equitativos, onde todos, independentemente da cor da sua pele, da sua raça, terão os mesmos cuidados de saúde que os brancos recebem”, diz.
Ele tem experiência com o assunto em primeira mão: em setembro, começou a estudar medicina na Universidade Médica de Kiev, na Ucrânia – as aulas, por enquanto, estão em formato remoto. Ele deve se mudar para o país no ano que vem.
Ao g1, ele conta que começou a desenhar na pandemia – sempre personagens com a pele negra. Outros desenhos seus, até mais complexos, já haviam feito sucesso – mas não de forma global, como a do bebê dentro da mãe. Ele diz que há planos de publicar as imagens em livros acadêmicos.
“Sinceramente, eu não esperava. [A imagem] viralizou e tocou muita gente. É importante [ter negros nas ilustrações] porque as pessoas querem se ver na literatura médica. As pessoas querem se sentir cuidadas e valorizadas”, diz.
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Ilustração médica de Chidiebere Ibe sobre câncer no ovário mostra mãe e filho, ambos de pele negra. — Foto: Reprodução/Chidiebere Ibehttps://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
Depois que se formar médico – daqui a seis anos –, Ibe deve seguir para um doutorado nos Estados Unidos, graças a uma oferta recente que recebeu por uma rede social. Também pretende continuar desenhando.
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