Estudo sul-africano mostra ainda uma eficácia de 33% da vacina da Pfizer contra o risco de contágio

DN/AFP14 Dezembro 2021 — 14:18
Avacina da farmacêutica norte-americana Pfizer é globalmente menos eficaz contra a variante ómicron, mas protege contra 70% dos casos graves, segundo um estudo apresentado esta terça-feira e realizado na África do Sul, onde foi detetada a nova variante do coronavírus em novembro.
Esta nova variante da covid-19 levanta muitas questões. Segundo as primeiras observações dos cientistas, embora seja mais transmissível, o alto número de mutações levanta dúvidas sobre a resistência às vacinas.
O estudo, elaborado pela maior agência de seguros de saúde privados do país, a Discovery, com cientistas do Conselho Sul-Africano de Pesquisa Médica (SAMRC, em inglês), baseia-se nos resultados de 78 mil testes PCR obtidos entre 15 de novembro e 7 de dezembro.
“A segunda dose da vacina da Pfizer apresenta uma eficácia de 70% na redução das hospitalizações”, declarou durante uma videoconferência de imprensa o presidente da Discovery, Ryan Noach. Esta vacina tinha, até agora, 93% de eficácia nos casos graves.
Em termos gerais, “a eficácia da vacina é sensivelmente menor quando há um número elevado de casos entre as pessoas vacinadas num curto espaço de tempo”, acrescentou Noach.
Este estudo mostra ainda uma eficácia de 33% contra o risco de contágio.
“A gravidade dos casos é 25% menor que os da primeira vaga” da pandemia, afirmou Cheryl Cohen, do Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis (NICD), que participou no estudo.
A presidente da SAMRC (uma organização pública de investigação médica), Glenda Gray, considera os resultados “extremamente animadores”, já que “a vacina foi desenvolvida para proteger das hospitalizações e mortes”.
“Apesar de haver casos menos graves, os sistemas de saúde poderão ficar saturados pela quantidade de casos, devido à rápida disseminação da ómicron”, alertou Noach.
A África do Sul vivencia um aumento exponencial de casos desde o surgimento da nova variante, que representa 90% dos caos positivos naquele que é o país mais afetado do continente africano pela pandemia, com 3,1 milhões de casos e mais de 90 mil mortes.
Pouco mais de 25% dos 59 milhões de sul-africanos estão totalmente vacinados, muito mais do que no restante do continente, mas ainda longe dos números observados na Europa.
A África do Sul administra as vacinas da Johnson & Johnson e da Pfizer. Além disso, o governo anunciou que vai aplicar uma terceira dose a partir de janeiro.
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