Enigma, a joia extraterrestre

Correio do Pantanal

19 jan 2022 às 22:08 hs
Enigma, a joia extraterrestre
A joia extraterrestre com 2600 milhões de anos
A joia extraterrestre com 2600 milhões de anosFoto: AFP

Almiro FerreiraOntem às 17:07

Leiloeira Sotheby’s expõe e licita “maravilha cósmica” de 2600 milhões de anos, atribuída a impacto de meteorito ou asteroide com a Terra. Arrematação internacional abrirá a 5,9 milhões de euros.

O maior diamante negro talhado de que há conhecimento no mundo foi exposto pela primeira vez no Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Daqui viajará para Los Angeles e Londres, para ser leiloado online, durante sete dias, a partir de 3 de fevereiro. A Sotheby’s conta encaixar pela pechincha interestelar qualquer coisa como 6,8 milhões de dólares.

A forma da joia remete para um símbolo do poder e fé das religiões muçulmana e judaica, a mão de Fatma, a palma da mão, usada no Médio Oriente como um amuleto contra o mau-olhado e para afastar as energias negativas e trazer felicidade, sorte e fortuna. Nos cinco dedos estendidos também se encontra um vínculo com os 555,55 quilates e as 55 faces do diamante.

Mantido em segredo pelo proprietário anónimo durante os últimos 20 anos, o “Enigma” é uma das pedras mais difíceis de lapidar, por ser muito resistente. É um carbonado, composto por inúmeros pequenos diamantes.

Mais fascinante ainda: os carbonados vêm do além! São materiais extraterrestres, mais velhos do que a própria Terra. Segundo os glossários da Geologia, foram descobertos na República Centro-Africana e no Brasil, em zonas identificadas por impactos de meteoritos.

A joia extraterrestre com 2600 milhões de anos
A joia extraterrestre com 2600 milhões de anosFoto: EPA

A questão, contudo, não gera unanimidade no mundo científico. Outras teorias consideram que os carbonados resultaram da explosão de uma supernova ocorrida há quatro mil milhões de anos e que foi essa onda de choque, pressão e temperatura que trouxe até cá a nuvem de partículas interestelares.

No leilão planetário, a “maravilha cósmica”, como lhe chama a Sotheby’s, até pode acabar noutro difusor de partículas, um “trader” de bitcoin. “Aceitamos o pagamento em criptomoeda por este diamante, tal como aceitamos de outras pedras importantes”, anuncia a leiloeira.

Em 2021, outro diamante, o “Key 10138”, foi vendido em Hong Kong pelo equivalente a 12,3 milhões de dólares em criptomoeda.

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