Com redução de deputados tucanos eleitos, Doria terá apoio de ao menos 28% dos parlamentares da Alesp

Correio do Pantanal

30 out 2018 às 09:33 hs
Com redução de deputados tucanos eleitos, Doria terá apoio de ao menos 28% dos parlamentares da Alesp

Por Lívia Machado, G1 SP

Eleito governador de São Paulo na noite deste domingo (28), João Doria terá apoio de ao menos 28% dos deputados na Assembleia Legislativa do estado.

A coligação do tucano conquistou 27 das 94 cadeiras. O governador terá o desafio de construir a maioria para conseguir eleger o presidente da Casa e aprovar projetos do Executivo.

 — Foto: Arte/G1

— Foto: Arte/G1

Apesar da manutenção dos tucanos no Palácio dos Bandeirantes, 2018 foi um ano de rachas internos e derrotas. Na Alesp, o PSDB encolheu 57%. Foi a menor votação do partido em 30 anos.

Os tucanos começaram a atual legislatura, em 2015, com 22 dos 94 deputados. Na janela partidária, em março deste ano, foi a sigla que perdeu o maior número de parlamentares. Perderam quatro, ganharam três e encerra o ano com 19.

Três dos quatro que deixaram o partido migraram para o PSB, legenda do governador Márcio França.

O partido de Jair Bolsonaro, que na legislatura atual não tem nenhum representante, passa a ter, a partir de 2019, 15 parlamentares.

A segunda maior bancada será composta pelo PT, que conseguiu eleger 10 deputados.

Baixa diversidade

Apesar das mudanças de composição partidária, a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) continua majoritariamente formada por homens (81%) e brancos (88%). Do total, um terço (32%) é milionário e declarou ter patrimônio superior a R$ 1 milhão.

Ainda assim, o número de mulheres eleitas teve um avanço, e passou de 11 para 18. Dessas, Analice Fernandes (PSDB), Leci Brandão (PC do B), Márcia Lia (PT), Maria Lucia Amary (PSDB) e Marta Costa (PSDB) foram reeleitas.

A representatividade ainda segue pequena, mas a próxima legislatura já será marcada pela eleição de Erica Malunguinho (PSOL), primeira deputada transgênero da Alesp, e da Bancada Ativista (PSOL), grupo de nove pessoas que se reuniram para compor uma candidatura coletiva.

Apenas 5% são pretos

Apenas 5 dos 64 eleitos se autodeclararam pretos. Eles são 5% dos eleitos neste ano, de acordo com os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na bancada eleita em 2014, o número era ainda menor ainda: apenas 3.

No registro de candidatura do TSE, cada candidato pode se autodeclarar segundo uma de cinco categorias de raça ou cor: preta, parda, branca, amarela ou indígena. Segundo a classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pardos e pretos são considerados como negros em conjunto.

Os que se declararam pretos são: Leci Brandão (PC do B), Teonilio Barba (PT), Erica Malunguinho (PSOL), Mônica da Bancada Ativista e Tenente Nascimento (PSL).

Além dos pretos, cinco se declararam da cor parda e um da cor amarela. A grande maioria, 83 eleitos, se declararam brancos.

Milionários

O número de milionários na Assembleia Paulista diminuiu de 39, em 2014, para 31, nas eleições deste ano. São candidatos que declararam ter patrimônio superior a R$ 1 milhão. Aprigio, do PODE, é quem tem o maior patrimônio: R$7.859.177,70. Como ocupação registrada no TSE, ele é administrador.

Em 2014, quem tinha o maior patrimônio era Gilmar Gimenes (PSDB), com total de bens declarados de R$ 23.140.837,74. Ele não se reelegeu. Dos 51 novos deputados que foram eleitos, 9 não registraram nenhum bem ou patrimônio.

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