/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2018/x/b/hpPmx3SKWmrnwJ7BEC1Q/whatsapp-image-2018-11-07-at-18.29.40.jpeg)
O piloto paranaense Maicon Semencio Esteves, de 27 anos, que sobreviveu após uma queda de avião agrícola e foi resgatado nessa quarta-feira (7), em Peixoto de Azevedo, a 692 km de Cuiabá, se alimentou de bolachas e conseguiu beber água durante os quatro dias em que ficou perdido em meio à selva.

A informação foi divulgada nesta quinta-feira (8) pela assessoria do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso, que participou do resgate do piloto.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2018/B/d/IbOuuvTHq8Ip5HRtxGcg/piloto1.jpg)
A princípio a informação era de que o acidente teria ocorrido no domingo (4), no entanto, segundo os bombeiros, o acidente ocorreu no sábado (3) em uma região de difícil acesso em áreas de fazenda no Distrito de União do Norte.
De acordo com os bombeiros, o piloto vinha com o avião baixo e, no rasante, possivelmente por pane seca, caiu na mata. Um incêndio surgiu com a queda da aeronave e, ao tentar sair às pressas, o piloto queimou os braços, as mãos e o rosto.
Maicon usou o celular e o GPS para se localizar. A bússola indicava um caminho reto pela floresta. Ele tentou caminhar, mas era impossível seguir o trajeto em linha reta, conforme informou o Corpo de Bombeiros.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2018/B/y/bVCU6kTAumnD6YUp6fmw/whatsapp-image-2018-11-05-at-10.23.15-1-.jpeg)
O piloto precisou andar em curvas para contornar árvores e cipós, momento esse em que acabou se perdendo na mata.
O acidente foi testemunhado por um agricultor que estava a mais ou menos 500 metros do local da queda, arando a terra. Ele viu o momento em que avião desceu rapidamente e não subiu.
O trabalhador foi até uma fazenda próxima e avisou na sede para chamar o socorro.
O chamado ao Corpo de Bombeiros só aconteceu às 11h de segunda-feira (5).
Três bombeiros saíram de Colíder, a 648 km de Cuiabá, para fazer o resgate. É a cidade mais próxima que conta com um quartel dos bombeiros.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2018/s/U/dKGZmNSC2XW13lVJC6Nw/whatsapp-image-2018-11-07-at-06.53.02.jpeg)
Os bombeiros caminharam entre 4 e 5 km em linha reta na mata fechada. Eles gritaram e soltaram fogos na esperança de que o piloto respondesse.
Na quarta-feira o piloto foi encontrado depois de uma força-tarefa que vasculhou a área, até que Maicon foi achado perto de um córrego.
À espera do socorro
Depois de caminhar por muito tempo, o piloto parou nesse local e ficou bebendo água. Durante os quatro dias ele bebeu água, mas estava muito debilitado pelas queimaduras, pelos arranhões causados por espinhos na mata e por machucados no pé de tanto caminhar.
Para proteger o rosto dos espinhos o piloto ficou com capacete de voo, isso dificultou que ele percebesse os fogos e ou os chamados que foram feitos pela equipe de busca.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2018/w/G/Jy6YW1Qke4k5TKY1NhXg/whatsapp-image-2018-11-07-at-15.16.03.jpeg)
Quando encontraram o piloto, cansado sem condições de caminhar mais, devido aos ferimentos, tinha feridas abertas e insetos causando mais ferimentos na pele.
Segundo os bombeiros, Maicon comeu somente as bolachas que tinha durante todo esse tempo. A 200 metros do local em que ele foi encontrado havia uma clareira para onde ele foi transportado em uma maca improvisada com roupas e pedaços de madeira.
Durante as buscas, os bombeiros se feriram em urtigas e espinhos, ficaram com carrapatos presos à pele e viram um grupo agressivo de porcos-do-mato.
O acidente
Maicon estava sozinho e comandava um avião, modelo Neiva EMB-201, matrícula PT-GSH. Saiu de Porto Nacional, no Tocantins, para fazer um translado até Alta Floresta, a 800 km de Cuiabá, quando sofreu o acidente.
O avião caiu no sábado e, desde então, Maicon estava sendo procurado pela Polícia Militar e por amigos e familiares que foram para o local para ajudar nas buscas.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2018/2/7/Ke10LaSVeelXqNz9uIfQ/whatsapp-image-2018-11-05-at-10.23.11.jpeg)
Os destroços do avião foram encontrados por trabalhadores de uma fazenda próxima ao local do acidente, no entanto, não havia sinal do piloto.
Maicon sairia de Porto Nacional em direção a Confresa, a 1.160 km de Cuiabá, onde faria uma parada para abastercer.
De lá, seguiria para Matupá, a 696 km da capital, novamente para fazer um segundo abastecimento. A viagem terminaria em Alta Floresta.